segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Da série "Trecos que eu curto" - Bioshock


(Deixem avisa-los que se vocês não curtem games, provavelmente não vão curtir esse post. E quando digo "curtir" games, não digo só os de dança ou futebol, mas sim os com CONTEUDO. Se você é dos que acham que "ah é so um jogo, pra que história?", pica a mula daqui).

Desde que eu fui introduzido nesta nova geração de games, "Bioshock" sempre chamava muito a minha atenção sempre que aparecia em qualquer revista ou site. Não devido a sua jogabilidade(quem me conhece sabe que não morro de amores por FPS), mas por seu universo e sua mitologia, que me pareciam muito mais intrigantes do que as dos outros games de sucesso da época (como Uncharted ou Infamous). Um jogo passado em uma cidade debaixo do mar, cujos oponentes são pessoas de alta classe que cairam na mais pura insanidade. Garotinhas que armazenam poderes, protegidas por super mutantes em trajes de mergulho. E um "antagonista"(faço questão das aspas) que se mostraria um dos melhores personagens que eu ja tive o praser se conhecer em um game. Eu tinha altas expectativas para Bioshock, e ainda assim todas foram superadas de forma fenomenal.


Tentarei descrever aqui basicamente sobre o que o jogo é, um pouco de sua mecanica e um pouco de sua história, mas sem entrar em spoilers. Tudo aqui é revelado ainda na primeira fase, fiquem frios.

O ano é 1960. Você é o único sobrevivente de uma violenta queda de avião no meio do oceano. Ao emergir á superfície, logo repara uma pequena ilha, com um imenso faról no centro. Dentro dele, um submarino. Ao embarcar nele, você se ve indo em direção a uma incrível metrópole erguida debaixo d'agua, chamada "Rapture", e ouve uma gravação do idealizador da cidade, Andrew Ryan, lhe dando boas vindas. Você mal sabe que está prestes a desembarcar no pior pesadelo de sua vida.



Ao finalmente por os pés na cidade, A primeira coisa que você ve é, convenientemente, um brutal assassinato de um homem, por uma mulher com agilidade sobre-humanas. Depois de tentar lhe matar tambem(sem sucesso), ela parte, e então uma voz chama sua atenção. A voz é de um homem chamado Atlas, e ele diz que, se você ajuda-lo, ele conseguirá te tirar deste inferno sub-aquático. A cidade de Rapture, antes glamurosa e linda, se encontra em ruinas, alagada, um cadáver do que ja foi. Os cidadãos estão se matando como se fossem animais irracionais. O que terá acontecido aqui?




"Bioshock" é um game difícil de generalizar. Alguns o consideram um game de ação, outros veem com um lado meio survival-horror. Eu diria que é uma junção dos dois, pois é inegável que o game tem muita ação, e um clima perturbador. A jogabilidade é a convencional de Shooters, com uma leva um tanto limitada de armas(o que é algo positivo, para manter o lado "survival"), mas com uma novidade: Plasmids.




Plasmids são, basicamente, poderes em jarros. Durante a construção de Rapture, foi aberta uma cratera no solo, e de lá emergiram enguias pré-históricas, desconhecidas pela humanidade. Ao estudar essas enguias, a Doutora Brigid Tenenbaum encontrou uma substancia batizada de A.D.A.M. que, se fundidas em humanos, lhes dariam poderes tais como controlar fogo, vento, gelo ou eletricidade. Quando você chega á cidade, esses poderes estão em maquinas de vendas, prontos para serem usados (por você ou por seus inimigos...)


Avançando um pouco no jogo, você avista uma garotinha, cantando alegremente, enquanto usa uma enorme agulha para retirar sangue de um cadáver. Ela logo é atacada por um dos cidadãos, e em segundos, um enorme monstro aparece, portando uma broca no lugar de uma das mãos, e elimina a pessoa como se ela fosse uma mosca. Esses são os mascotes do jogo: as Little Sisters e os Big Daddyes.

Little Sisters eram garotinhas que moravam no orfanato da cidade(depois que seus pais acabavam mortos por cidadãos insanos). Por não terem famílias, ou alguem que fosse notar seu sumiço, Os criadores dos plasmids resolveram usa-las como cobaias para pesquisa. O que descobriram foi que se eles implantassem a enguia ainda viva em garotinhas(em seu útero), em vez de poderes, elas se tornariam quase indestrutíveis, não quebrariam ossos e regenariam feridas. Alem disso, se as garotinhas bebessem o A.D.A.M. líquido, quando digerido, a enguia o multiplicaria por três veses. Lhes pareceu a solução perfeita para reciclar a substancia que estivesse contida nos cadáveres encontrados aos montes em Rapture. Mas com o tempo, nem os guarda-costas que protegiam as meninas conseguiam deter as multidões de insanos que ansiavam por mais A.D.A.M. no sangue, e as meninas era brutalmente assassinadas pela substancia contida em suas agulhas e útero. Foi ae que o doutor Yu Suchong, parceiro de Brigid Tenenbaum, teve uma idéia...

Big Daddys eram seres humanos comuns, em sua maioria criminosos menores ou diligentes politicos de Rapture, que tiveram suas peles e orgãos fundidos em enormes trajes de mergulho. Essas pessoas eram obrigadas a ter suas cordas vocais modificadas(os unicos sons que transmitem lembram o som de baleias), e a ter suas memórias apagadas, para que a unica coisa com que elas se importassem fosse em proteger as Little Sisters. Para criar a ligação entre estes, um tipo de Feromônio foi implantado nos Big Daddyes, que funcionava como atraente sexual. No final, estas pessoas eram banhadas em grandes cilindros com uma substancia que as transformava permanentemente em seres irracionais. Os trajes de mergulho eram usados originalmente para reparar vazamentos e rachaduras externas em Rapture, mas logo todos os trajes se esgotaram para a criação dos Big Daddyes, o que contribuiu para a desgraça da cidade.

Existem dois tipos de Big Daddyes, "Rosie" e "Bouncer".

Rosies eram os Big Daddyes menores. Eles usavam trajes de mergulho normais, e geralmente escoltavam as Little Sisters armados com metralhadoras e granadas.

Bouncers eram os Big Daddyes maiores, estes tinham dedos grandes demais para entrar em gatilhos. Para eles, eram criados trajes especiais, ainda mais resistentes do que os dos Rosies, e que vinham com uma pesada broca no lugar da mão direira. Tambem é um Bouncer que estampa a capa do jogo.




É de se pensar que estes seriam os grandes antagonistas do jogo, mas são apenas para nos despistar do principal "antagonista", Andrew Ryan. Ryan criou Rapture para ser a cidade perfeita, abitada apenas pelas mentes mais geniais da superfície, aqueles que tinham vontade de avançar, mas que eram impedidos pelo governo ou pela igreja de expressar suas idéias. Ryan chega a dizer em Bioshock que "disseram que era impossível construir Rapture debaixo do mar. Errado. Era impossível construir Rapture em qualquer outro lugar".


Mas Ryan é muito mais do que um simples ditador tirano de uma utopia. Ele é simplesmente o símbolo do Individualismo, levado ao ultimo patamar. Inspirado fortemente nos trabalhos da filósofa Ayn Rand(o nome "Andrew Ryan" nada mais é do que um anagrama do nome desta), Ryan é um undivíduo que sempre acreditou que o que você luta para ter é SEU, não do governo, de Deus, de ninguem mais. Gravações de Ryan expressando seus pensamentos podem ser achadas no decorrer do jogo, e estas dão ainda mais profundidade a persona desta fascinante figura.


Bom, acho que eu ja tagarelei demais aqui(talvez esse seja meu post mais longo, sei lá xD). Se ainda não entendeu, vou ser direto: Compre Bioshock. Jogue com atenção. De importancia a cada dialogo no jogo. Acredite, por mais que você o considere "só um jogo", ele pode te dar conhecimento e idéias que você so teria lendo livros que nunca terá saco de ler. Boa diversão \o.

domingo, 14 de agosto de 2011

Primeiras impressões sobre "O Hobbit".


Saldaçoes a todos!(*cri cri cri*).
Hoje pretendo discutir algo de grande importancia pra mim: A enfim iniciada adaptação de "The Hobbit"!
Sim, depois de anos e anos de pré-produção, roteiro, atrazos, conflitos e mudanças de diretores, finalmente o filme baseado no melhor livro de Tolkien(na minha opnião) está chegando ano que vem. Quando soube, a mais de um ano, se não me engano, que ninguem menos que Guillermo Del Toro("O Labirindo do Fauno", "Hellboy") iria dirigir a adaptação, praticamente surtei! Bom demais pra ser verdade, não!? Pois é... e era... ele se desligou do filme quase UM ANO depois... =(
Mas sim, esqueçamos o passado e olhemos pro futuro(filosofei!), pois com a saída de Del Toro, coube a Peter Jackson(diretor da trilogia "LOTR") dar "continuidade" a seu trabalho. Ora, se o sujeiro acertou até aqui, quem sou eu pra não me empolgar, certo? rs


Acina, Peter Jackson deixando claro que é mais hobbit do que humano.

As filmagens começaram a alguns meses, e como qualquer doente por Tolkien, tenho acompanhado cada noticia e video de produção que consigo enfiar minhas patas. Até que finalmente foram liberadas as fotos daqueles que são os verdadeiros protagonistas da película: Os Anões!
Alguns estão muito perfeitos, identicos a quando eu os imaginei quando criança. Outros, bem... discutirei isso em segundos. Com vocês, minha opnião sobre o Visual dos protagonistas de O Hobbit!(*cri cri cri*)

Bilbo Bolseiro


Bom, sem surpresas por aqui. Se você viu os filmes anteriores, sabe exatamente o que esperar do visual de Bilbo. Por sorte pegaram um bom ator que realmente tem cara de hobbit(Martim Freeman), pois tinha cada um cotado que deus me livre... (James McVoy? Tobey Maguire? Daniel Radcliffe? DANIEL RADCLIFFE!?!?)

Gandalf, O Cinzento


Nada a dizer aqui. Ator perfeito em visual perfeito. Se você viu "A Sociedade do Anel", sabe muito bem o que esperar.

e enfim, os Anões!!!

Dori, Ori e Nori


Confesso que dei um pulo quando vi esta foto, a primeira liberada dos anões. Quem me conhece ja deve saber que reprovei o visual de Ori, que mais parece um Peter Parker em uma convenção medieval do que um anão em sí. E aquela barba de bode!? Pra mim, não faz sentido um anão deixar sua barba assim, por razões que pretendo discutir mais a frente. Sobre os outros dois, gostei bastante de Dori e Nori, especialmente o segundo. Gosto que não tem visuais tão obvios, mas mesmo assim não deixam de ser anões clássicos, o que é bastante bem vindo.

Oin e Gloin


Adorei esses dois, principalmente Glóin, que aqui ja deixa claro de quem é pai, ja que é impossivel olhar pra ele sem nos remeter a seu filho Gimli. São anões bem clássicos, e nem por isso infantilizados, como a maioria dos desenhos os retratam. Na verdade, gostei tanto desses dois, que preferia que os outros anões tivessem visuais mais semelhantes entre sí, como os que aparecem com Gimli na casa de Elrond.Os irmãos Oin e Gloin devem roubar a cena nas cenas de batalhas.

Fili e Kili


E então me veio isso...
...cara... porque? PORQUE pegar dois anões de destaque, e tranforma-los em pseudo-elfos!? Pra que o público feminino se interesse pelo filme!? "Ah, num tem cara bonito nesse filme, miguxas, vamo ver Crepusculo em casa que é melhor!"(ok, confesso que conheço garotas assim... malditas). Não consigo me acostumar a esses dois. Talvez vendo o filme eu mude de ideia... mas por enquanto ta entalado na garganta.

Bombur, Bofur e Bifur


Ok, aqui as coisas voltam ao normal. Gostei bastante de Bofur, tem um visual meio que de videogame, mas acho que isso é um ponto a favor. Já Bifur eu não sei se levo a sério ou dou rizadas. Sério, fica dificil dizer se o diretor quer que levemos o visual dele a sério ou na piada, com seu rosto quase desaparecendo nos pesados cabelos e barba. Já Bombur, por outro lado, com toda certeza é pra ser levado no lado cômico, assim como é no livro. É o mais caricato dos anões do filme, e parece até irmão caçula do Obelix! Mas é bom que ele saiba lutar!

Balin e Dwalin


Adorei esses dois, Principalmente Dwalim. Esse sim é um lendário guerreiro anão, talvez o mais tradicional entre todos estes aqui mostrados. Balin, por sua vez, tem um visual mais caricato, meio "Anão da Branca de Neve", por assim dizer. Talvez seja pra realçar que ele é o anão que mais se da com Bilbo, assim o teriam deixado mais "Hobbitzado". Mesmo assim, ótimo visual, e me arrisco a dizer que, de todos, Balin tem o visual mais "Tolkeniano" do grupo(cara, eu gosto de aspas, não? '-')

E finalmente, senhoras e senhores...

...Thorin, Escudo-de-Carvalho!


Um visual bastante sombrio, até vilanesco de certa forma, Thorin parece o tipo que defenderá a sua vida por qualquer coisa, mas se pisar na bola com ele, sua lâmina será a ultima coisa que você verá. Otimo ver tambem o visual da espada Orcrist, lâmina elfica usada por Thorin. Tudo bem que o imaginei mais velho quando li o livro, algo como Balin, mas assim está foda tambem. Mas, mais uma vez, vem o lance da barba. Como eu dizia, na cultura dos anões, a barba é representação de orgulho e reconhecimento. Muitos anões acreditavam que suas barbas eram a fonde de suas forças, e que se lavassem suas barbas seus poderes diminuiriam, portanto a grande maioria nunca as lavou. Com uma tradição tão importante em sua cultura, me surpreende ver Peter Jackson mostras anões sem barba (ori), com barba rala(Kili e Fili), ou com barba comun, como as de ser humano, como é o caso de Thorin.

Enfim, com altos e baixos, os anões dessa vez prometem ganhar o respeito que merecem, ao invez de serem rebaixados a alívio cômico como em tantas outras produções (o anão de Dungeons and Dragons vem a mente, mas pior do que ele no filme era o filme em sí, então melhor ficar calado. xD)


E que venha a batalha contra Smaug!

Da série "Memórias de um Boçal" - "Nunca coma salsinha enlatada crua..."

Depois de um bom tempo deixando este aborto em forma de blog as moscas, eis que cá estou mais uma vez, pra alegria de minha legião de fãs(ahan, vai nessa. Se tiver 1 fã ja é lucro! xD). O que sera aqui relatado, eu garanto, é um ocorrido 100% real(o que prova que, se existe um Deus, este gosta de ver eu me fudendo. Deve ser amigo da Thársila...)

A cerca de 4, 5 anos, fui passar minhas férias de verão com meu pai, em Belém(não a cidade de Jesús, a cópia pirata que fica no norte do Brasil. Malditos brasileiros, vivem pirateando tudo...). Logo que cheguei por lá, soube que iamos no dia seguinte para o interior. Sweet. Chegamos la por volta de 18h, jantamos, e todos foram dormir, menos eu, que fiquei na sala lendo "O Retrato de Doriam Gray"(Spoiler, ele morre no final). No meio da madruga bateu aquela fomezinha básica, vcs sabem, aquelas fomes de meio de madrugada que gente gorda adora ter?

Depois de uma boa revistada na geladeira, no apartamento alugado, vi que a unica coisa ali contida que poderia ser chamada de comida era uma pequena e tímida lata de salsinhas. Ao abrir a lata, vi que estavam banhadas em vinagre, e que tinham um cheiro bastante satisfatório. "Isso é de cosinhar?", perguntei encucado pra mim mesmo. Não si se foi porque elas pareciam ja prontas, ou se eu que não queria lavar louça(voto na segunda opção), mas comi elas como estavam mesmo, e fui dormir. E assim se iniciou o prelúdio de uma catástrofe...

Na manhã seguinte, acordei indisposto. Minha barriga me encomodava, não sabia o porque(geralmente custo a lembrar o que como logo antes de dormir). Ainda assim, aceitei o convite do meu pai, e fomos ao mercado comprar algumas carnes pro churrasco. No retorno, a advogada dele ligou, e ele encostou o carro e saiu, pra dar mais atenção pra ela(ou pra eu não ouvir, mais provável). E então, mais rápida do que Pottermaníaco em pré-estreia de "Relíquias da Morte", ela veio. Uma picada. Desculpem, uma APUNHALADA no estômago!

Chegou assim sem aviso, e eu me encontrei me contorcendo de dor no carro, em posição fetal, por uns 2 ou 3 minutos. Quando a dor diminuiu, e eu voltei a raciocinar, senti uma das piores sensações da minha vida. Merda. Tinha merda chegando. E queria sair. E eu estava beeeem longe de um banheiro. Olhei pro retrovisor, e meu pai lá, distraidão, olhando pro horizonte e falando com sua advogada(devia tar comendo ela tambem, pra ter tanto assunto...). Não quiz atrapalhar, então tive que me segurar como podia. De inicio foi a sensação normal de se segurar pra merda não sair. Mas com o passar dos minutos, foi virando uma tortura, um verdadero Jogos Mortais! Eu me rebatia, socava o teto, chutava a porta, parecia que o coisa-ruim tinha me possuido(e ainda não descarto essa idéia). Quando vi que o negocio começava a ficar alem da minha capacidade humana, abaixei o vidro e mandei um muito bem mandado: "PORRA PAAAAAAAAI!!! SEU VIADO, SAI DESSA MERDA E ME LEVA PRA CASAAAA!!! EU TO ME CAGAAAAAANDOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!"

Meu pai deu um pulo hilário(eu so não ri na hora por razões obvias, mas ate hoje quando lembro, começo a rir sosinho da cena), e correu pro carro, ligou o motor e acelerou. Faltava alguns kilometros até o predio em que estávamos, e eu tinha que me segurar como podia, socando, chutando e me contorcendo como se fosse Linda Blair. Nem acreditei que cheguei limpo até o predio. Ao sair do carro, meu pai disse pra eu ir sosinho, pois tinha que voltar ao celular e o caralho a quatro. Tentei correr, mas se corresse, a porta da Mariquinha com certeza ia abrir. Fui mancando mesmo. Entrei no elevador. Apertei o botão do quarto andar. VITÓRIA!

...Ou não... logo que o elevador sumiu... eu senti. Ia sair. Não importava o quanto mais eu segurasse... ia sair. Meu cú não é de ferro. Tinha chegado no limite. E ao chegar no segundo andar, o tempo parou. Sabe aquelas cenas nos filmes, em que o personagem tem que fazer uma decisão em segundos, e nessa hora o tempo meio que para? Olha, eu sempre achei que era mentira, mas juro que isso aconteceu comigo nessa hora. Nos ultimos segundos em que me encontrava limpo e cheiroso, comecei a por minhas cartaz na mesa. Quais as minhas opções? 1) Eu me cago, ando o corredor cagado, entro no Ap cagado, e vai escorrer merda pelas minhas pernas no chão todo, pros visinhos verem. Ou 2) eu enfio a mão dentro da cueca, cago na mão, seguro a merda, saio correndo ate em casa, e no banheiro, ae sim eu deixo escorrer o que tiver que escorrer. Ganhou a segunda opção. Logo que vi que a merda ia sair, pus a mão dentro da cueca e agarrei a criança. IT'S A BOY!

Felizmente não estava tão liquida quanto eu achei que estaria... =S
chegando no quarto andar, corri pro Ap, passei voado pela cosinha, chutei a porta do banheiro, e como se fosse uma granada, atirei a merda na minha mão em direção ao box. A explosão de merda que fez na parede é algo que ate hoje atormenta meus sonhos. E então parti pro meu merecido banho com sabão de côco e Veja...

THE ENDIU.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Da série "Trecos que eu curto" - "Rango"(2011)


Os faroestes dos anos 50 pra frente eram marcados por heróis muitas veses fora de seus habitats, de seus mundos. Eles tinham que se adaptar ao ambiente, para assim triunfar sobre seus inimigos. Pensando dessa maneira, não é menos do que gênial a decisão do diretor Gore Verbinski (de "Piratas do Caribe" e "O Chamado") de criar justamente um camaleão para ser o protagonista de "Rango", pois o animal é a parábola perfeita aquele tipo de herói a tanto esquecido. E para os que ainda não sabem, "Rango" é, sim, um Western. Além disso, é uma das maiores e mais belas homenagens a este gênero que eu ja ví.


Mas o que me fez amar este filme tanto assim? Tentarei explicar sem soar chato ou "auto-cult" demais(se não conseguir ambos, mil perdões!)

Sem entrar em spoilers, deixo aqui a rápida sinopse do filme: Rango é um camaleão criado em cativeiro, que um belo dia se ve livre de sua gaiola, no meio do deserto. Após andar muito, ele enfim encontra uma cidade que sofre de uma terrível falta de água. Ao fazer amizades com varios dos moradores do bizarro vilarejo, Rango se oferece para encontrar água para todos, mas vai ver que as razões da falta d'agua são bem mais corrúptas do que imaginava.


Tente esquecer os animais falantes, atenha-se apenas ao plot. Poderia sair de um western dos anos 60? Pode apostar. O visual do filme tambem faz questão de nos fazer voltar ao passado, ao mostrar desde o saloon sujo e lotado até os moradores da cidade, que aparecem suados, desdentadose maltrapilhos. Acho que não vejo personagens tão feios (e por isso mesmo, tão cativantes) em uma animação a um bom tempo. E é fantástico como varios desses personagens remetem a figuras clássicas de westerns, como a aranha agente-funerária, ou o impagável corvo indígena, e até mesmo o vilão Jake Cascavel. Este ultimo então possui escamas mais escuras nos lábios superiores, que remetem a um fino bigode, que se comparado ao seu escuro chapéu nos fáz imediatamente lembrar de Sentenza(vilão interpretado pelo saudoso Lee Van Cleef, em "Três Homens em Conflito").


E então temos Rango, interpretado por Johnny Depp. Isso mesmo, interpretado. Verbinski usou uma tecnica chamada "Emotion Capture"(Não confundir com "MOTION Capture"), em que os atores realmente atuam como os personagens, mas diferente da "Motion Capture", aqui os atores são usados apenas como referencia.


Logo que eu vi as fotos de Rango, vi a homenagem quase descarada a Huntar S. Thompson(jornalista que ja fora interpretado por Depp, em "Medo e Delírio", pra mim a melhor performance do cara). O Camaleão tem o andar, maneirismos e, principalmente, uma voz que lembram bastante as de Thompson. Mas ao ver o filme, me surpreendeu como, ao criar Rango, Verbinski conseguiu brilhantemente criar uma fusão entre Thompson e o Homem Sem Nome(Personagem de Clint Eastwood em "Por um Punhado de Dólares"). É como se a idéia de Thompson derrepente virar Eastwood fosse totalmente plausível. Rango é inseguro, mas pensa rápido, faz questão de não mostrar suas fraquesas, mesmo quando elas se mostram contra sua vontade. Mais uma vez citando Thompson, vale dizer que o próprio aparece em uma ponta logo no início ja projeção, dirigindo seu caddilac vermelho e "atropelando" Rango.


A direção de Verbinski tambem remete surpreendentemente ao passado, com os famosos closes fechados na cara dos personagens, ou na maneira que ele os filma em constraste com o por-do-sol. Quando opta por uma direção mais ágil, como na perseguição no Canion, ele remete tanto aos tiroteios a cavalo de westerns como as cenas aéreas de filmes de guerra(aqui, morcegos são usados como se fossem aviões de batalha). O diretor tambem mostra(o que não é novidade), que tem um excelente olho para a comédia, como na cena em que este tenta limpar o estrago que fez na cara de um personagem, ou quando imita o andar de John Wayne para demonstrar coragem.


Em meio a fantásticas cenas de corridas, ótimas gags e personagens fantásticos e nostalgicos, Verbinski chega ao ápice de, no terceiro ato, me pegar completamente desprevenido ao incluir na narrativa uma homenagem a alguem fundamental ao gênero western. Não vou revelar detalhes, mas fiquei tão pasmo com a cena que quando percebi, meus olhos estavam cheios d'agua. Sem dúvidas, uma das cenas mais bonitas e noltalgicas dos ultimos anos.


Enfim, "Rango" se tornou um dos meus filmes favoritos de todos os tempos(e, acreditem, o acho superior a qualquer obra da Pixar, tanto por conteúdo como por design). Lembrar dele hoje me motivou a escrever este post, que ninguem vai se importar em ler, mas que é válido por me ajudar a analizar uma obra, e a descobrir não se gosto dela, mas PORQUE gostei dela. Gore, Johnny e Rango, meu muitíssimo obrigado.

sábado, 30 de abril de 2011

Um surto chamado "Nicolas Cage".


A carreira de Nicolas Cage foi uma das mais comentadas nessa ultima década. Pra muitos, o sobrinho de Francis Ford Coppola havia chegado no fundo de um poço ainda mais úmido e escuro que o da Samara. Muitos disseram que ele e seus filmes estava extremamente CHATOS. Depois de indicações ao oscar e estouros de bilheterias, o ego de Cage parece que fritou, e o sujeito parecia realmente participar de qualquer filme que o oferecessem, apenas para ter sua foto no poster segurando uma arma e com um olhar de "I'm a fucking muther-fucking bad-ass". Eu concordo com esse ponto de vista em parte, e realmente ele fez varias cagadas nos ultimos anos, mas chato? CHATO!?

Ok, primeiramente o básico: Porque é impossivel achar Nicolas Cage chato?
Deixo este clipe de Vampire's Kiss explicar pra vocês:


Esse é o famoso "Cage-Moment". Um momento determinado de cada filme em que Nicolas Cage simplesmente resolve surtar. Claro que os mais conservadores acham ridículo, desnecessário, a caralhada toda, mas o fato é que é por causa dessa qualidade específica que hoje Cage é Cage, e não um dos tantos astros esquecidos de sua geração, como Travolta ou Slater. Assistir suas performances frequentemente nos remete a assistir um show de rock pesado.



Como citado acima, a carreira deste louco acabou desandando no meio do seculo XXI. Caiu como que do topo das torres gêmeas, começanco com o filme... er... "As Torres Gêmeas"... (me segurei pra não soltar esse trocadilho, eu juro!). Deste filme, passando pelo bobinho "A Lenda do Tesouro Perdido", até atingir o ápice da vergonha alheia com "O Sacrifício", "O Vidente" "Perigo em Bangkok" e "Motoqueiro Fantasma". Nick parecia ter jogado a merda no ventilador e não se importava se pingasse nele.



Eu mesmo tava achando que dali não saia mais, que apesar dos Cage-Moments continuarem, continuavam em filmes péssimos e que não mereciam a presença de Nick(com exceção do decente "Vicio Frenético"). E então, chegou uma luz, um clarão, a terceira revelação de Fátima: "Kick-Ass"!!! Sim, a paródia ao mundo dos super-heróis foi a redenção de Cage com seus fãs e com fãs de filmes de super-heróis(depois de "Motoqueiro Fantasma, claro). Cage estava simplesmente perfeito como Damon Macready/Big Daddy, numa performance contida, hilária, bad-ass e com um dos melhores Cage-Moments de todos(conta-lo revelaria um grande spoiler, sorry). Seguiu-se então "Caça as Bruxas" e "Fúria Sobre Rodas", pra mim dois dos melhores filmes do ano, mesmo com muita gente os odiando, e estes três filmes parecem dizer bastante da atual pessoa de Nick Cage: um verdadeiro Peter Pan, um garoto que cresceu, so se deu conta disso a pouco tempo, tentou viver no mundo dos "adultos" mas achou chato e resolver ficar com pessoas que o entendam, no caso, o público destes filmes.



Enfim, podemos pensar em Nick Cage como varias coisas: louco, retardado, psicopata, nerd, insano, tudo essa porra junta até. mas chato? CHATO!? JAMÉ!

terça-feira, 26 de abril de 2011

Curta-Metragem, "Papaya Have Feelings"

Video que eu fiz com dois amigos retardados em 2006.

Sinopse: O maligno Pedro planeja jantar um inocente Mamão, quando é impedido por Paulo, que tenta mudar sua cabeça. Ao feri-lo, Pedro desencadeia eventos irreversíveis, que resultarão em uma batalha épica contra um louco armado com uma mortal frigideira enferrujada e com uma cara de psicopara que lembra bastante a do dono deste blog.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Da série "Memórias de um Boçal" - "Quando perdi a virgindade."

Esta história é real(acham mesmo que eu conseguiria inventar isso?)
Tudo começou quando eu tinha 12 anos. Meu pai acabara de se separar da minha então madrasta, e se encontrava em um estado de "depressão"(de acordo com ele), o que o levou a namorar com nada menos que cinco mulheres ao mesmissimo tempo(!!!). Detalhe: nenhuma delas sabia desse joguinho. PORRA PAI!
Eu ja morava no Rio, e fiquei sabendo da situação apenas quando fui passar as férias no Pará. No mesmo dia que ele me informa que está namorando cinco mulheres, resolve me apresentar duas delas. Uns 3 dias depois, me apresenta a ultima delas, Lucinha. uma garota de 18 anos(pai pedofilo do caralho!) que passava o dia inteiro de biquini pela casa. Eu e meu irmão estávamos no paraíso.
Corta pra 3 anos depois, eu com 15 anos, no Pará, jantando com meu pai e irmão. Entre uma e outra lembrança do passado, eu inocentemente solto: "Pai, e aquela tua namorada bonitona duns 3 anos atraz, que fim levo?". Meu pai: "Mora perto do meu emprego... você acha ela bonita, é?" "Acho, ue... sempre achei. Porque?" "Nada não."
Semana seguinte, acordo assustado com o telefone. Meu pai no trabalho, meu irmão na escola (la as aulas começam em Janeiro, SE FODE ARTHUR!!!). Atendo e... é a Lucinha o.O
Ela diz que tem que falar com o meu pai, e que vai pra casa esperar ele chegar. Eu digo que são 8 da manhã e que ele so chega as 13h. Ela disse que a gente ficaria conversando até lá... Tá, sei...
Meu pai tinha mexido em sua cartola mágica depois de ouvir minhas palavras. Não fiquei pensando naquilo por muito tempo. Corri pro chuveiro pea ter um cheiro "apresentavel", e quando sai, logo ouvi a campainha. Abro a porta, nos cumprimentados, sirvo a ela uma bebida, e em instantes ela ta me puxando pra cama do meu pai. Não era assim que eu tinha imaginado! =O
Ela arrancou meu short fora, deixando a mostra aquele giz de cera Faber-Castel levantado. Gelei. Ela poe uma camisinha em mim e sai montando. COMEEEEEEEÇA OS 45 DO SEGUNDO TEMPO! A maluca fingia horrivelmente que tava sentido prazer, e eu tentando me ajeitar mas ela era pesada e nem dava. Logo senti que a arma ia atirar antes da hora, tentei prevenir, mas era tarde demais. Eu havia fracassado. Olhei pra cima, e a maldita continuava fingindo! Tive que cutucar a vencedora do Oscar pra avisar que o Jarbas Jr ja tinha saido de dentro dela fazia tempo. Ela então foi se lavar no banheiro, e eu fiquei na cama, encarando o teto, e pensando: Eu deveria ter dito não? Deveria ter esperado uma pessoa que eu de fato gostasse? Ou isso não faz a menor diferença? Ja tive punhetas muito mais sinistras do que essa coisa que tive agora, pelamordedeus! Vou olhar pra traz no futuro e sentir pena de mim mesmo? Algum dia irePORRA! COMO ASSIM "DE NOVO", LUCINHA!?

domingo, 24 de abril de 2011

Da série "Trecos que eu curto" - O que é filme Trash?


A expressão "Trash" foi criada para definir o tipo de filme B que é propositalmente mal feito e tosco, e usa exatamente esses "atributos" para divertir e conquistar a platéia. Acha loucura? Se você nasceu antes dos anos 80, provavelmente sim. Eu nasci em 1989, mas grande parte da minha adolescência se passou dentro de video-locadoras, o que me ajudou a mergulhar neste mundo de sangue de ketchup e cabeças decepadas de isopor. Pra quem não tem preconceitos, o gênero pode ser diversão de chorar de rir. Aqui separei alguns de meus Trashs favoritos de todos os tempos:


"The Evil Dead" (1984)

Filme que lançou o diretor Sam Raimi(de "Homem-Aranha") e o lendário ator Bruce Campbell no papel do bad-ass Ash, "The Evil Dead" foi um marco para os filmes toscos. Ainde hoje, poucos filmes conseguiram ser tão nojentos, asquerosos, nausenates, dos que mostram coisas repugnantes e você quase consegue sentir o cheiro de merda que aquilo produziria. Cenas como um bando de bataras mergulhadas em um monte de vomito e puz ou demonios sendo mutilados com um machado so para vermos suas partes de mexendo em agonia aguardam você. Na trama, um grupo de amigos vai passar as férias na floresta, e descobrem o livro Necronomicon, que quando lido liberta antigos demônios da floresta.


"Re-Animator - A Hora dos Mortos Vivos" (1985)

Ainda hoje considerado a melhor adaptação de um conto do eterno H.P. Lovecraft. Dirigido por Stuart Gordon(do divertidíssimo "Piratas do Espaço"), aqui a coisa gira em torno de uma formula que rescussita os mortos, mas que tem resultados variados dependendo do tempo da morte do paciente. O doutor Herbert West(Jeffrey Combs) está determinado a provar que seu experimento é um sucesso, mesmo com a gravidade de seus resultados. O vilão do filme acaba "perdendo a cabeça" em determinado momento, e graças a formula de West, podemos ver sua cabeça vivinha dando ordens ao seu desengonçado corpo.


"Dead Alive - Fome Animal" (1992)

Segundo filme do diretor Peter Jackson ("O Senhor dos Anéis"), este lixo é diversão pura. Quando Lionel leva sua querida mãe ao zoológico, a veia é mordida por um Macaco Rato da Sumatra(!!!), o que a faz morrer e retornar como um zumbi faminto. Lionel tem então que esconder sua querida mãe dos visinhos, mas vai ver que não é tão facil quanto parece. Eu mencionei que aqui temos um padre que da Hound House-Kicks nos zumbis?

TRASHS NO SÉCULO 21


A uns anos atraz eu realmente achava que o reinado dos trashs ja tinha passado, pois a audiencia retardada de hoje so quer saber de aberrações como "Transformers" ou o "Alice" de Tim Burton(como eu sinto falta do Burton dos anos 90!). Mas para minha surpresa, duas produções, uma de 2010, outra de 2011, chegaram para dar uma nova brisa a essa teoria. O primeiro, "Machete", é uma homenagem aos trashs exproration dos anos 70 (e estrelado por ninguem menos que o eterno capanga que sempre morre, Danny Trejo!). O Outro, "Furia Sobre Rodas"("Drive Angry", estrelado pelo incansável Nicolas Cage!), é o tipo de filme que eu via com 8 anos nas seções de domingo a noite do SBT. Este ultimo aliáz, me resultou uma cena curiosa. Eu o vi no cinema, com duas amigas, Tonks e Thata. Ao final da projeção, Tonks pulava e ria dizendo que tinha adorado, e Thata me xingava horrores, dizendo que tinha detestado. Então eu parei e pensei... ora, este é exatamente o espírito do Trash: Ame ou odeie! Sem meio termos!
Apesar de ambos estes filmes terem fracassado nas bilheterias, espero que o genero ainda renda bons frutos nesse século. E está chegando ae "Hobo with a Shotgun", Estrelado por Rutger Hauer(!!!), que eu mal vejo a hora de assistir na pré-estréia! =D